Goiás
Fundação: 6 de abril de 1943 Goiânia-GO Estádio: Serra Dourada Capacidade: 50.049 pessoas Presidente: Pedro Ferreira Goulart Site oficial: www.goiasec.com.br
Goiás Esporte Clube
Reza a lenda, com a liberdade poética a que toda boa lenda tem direito, que em meados de 1943 os irmãos Lino e Carlos Barsi foram educadamente expulsos de casa por sua mãe. Afinal, eram os dois e mais 10 amigos discutindo acaloradamente sobre um tal clube que ainda nem existia. Ainda não existia.
Devidamente enxotados, na rua, sob a luz de um poste, o grupo tomou de vez a decisão e, em 6 de abril daquele ano, nasceu o Goiás Esporte Clube. Nasceu pequeno e amador – tão amador que, para jogar a primeira partida de sua história, contra o Atlético Goianiense, utilizou camisas (verdes com listas horizontais brancas) doadas pelo América-MG. Só que os mineiros só puderam dar nove camisas e foi preciso completar com duas inteiras brancas.
Por longos 20 e tantos anos, o clube que nasceu pequeno assim permaneceu. Durante as décadas de 50 e 60, o Goiás foi chamado jocosamente pelos rivais de “Clube dos 33” – brincadeira de que era esse o número de torcedores que o clube tinha. Nas partidas, para cada camisa verde que entrava no estádio, a torcida rival entoava “Trinta e dois, trinta e dois!”, como se só faltasse mais um para completar o arsenal completo. Pior do que a fama de impopular era de perdedor: foram anos duros, em que o único brilho vinha de Tão Segurado, o atacante que vestiu a camisa esmeraldina entre 1954 e 61 e foi o primeiro jogador do time a ser artilheiro do Campeonato Goiano, em 56.
O primeiro argumento claro e indiscutível para acabar com aquela fama – um título – veio em 1966. Comandado pelo zagueiro Macalé, os torcedores do Goiás finalmente podiam rebater qualquer picuinha com uma frase simples: “sou campeão goiano”. E era bom ir se acostumando, porque dali a pouco passou a ser rotina ano sim, outro também.
Os anos 70 foram da consolidação definitiva da equipe como a maior do Estado e da região Centro-Oeste: os esmeraldinos conquistaram 4 títulos estaduais e participaram, em 73, de seu primeiro Campeonato Brasileiro. A 13ª colocação foi aceitável, mas destacada mesmo foi uma partida específica, uma das maiores da história do clube: no Pacaembu, diante do Santos, o Goiás perdia por 4 x 1 e a vitória já parecia coisa assegurada, tanto que Pelé foi substituído. Nos últimos 15 minutos, Lucinho, Matinha e principalmente Paghetti – que marcou três gols – brilharam e arrancaram um glorioso empate por 4 x 4. Quando os santistas desceram para o vestiário com cabeça baixa, Pelé, já de banho tomado, achou que era brincadeira.
Equipe do alvi-verde goiano na década de 80, com Luvanor e Zé Teodoro |
Durante os anos 80, o Goiás já era o dono do Estado que leva o nome e uma presença constante no Brasileiro – muitas vezes tendo um papel de destaque como em 1983. A equipe que tinha Zé Teodoro na lateral-direita, Dadá Maravilha na frente e era liderada por Luvanor terminou em 5º lugar. Depois da participação destacada, o meia se transferiu para o Catania (ITA) e voltou em 1990, a tempo de comandar outra campanha ilustre, a do vice-campeonato da Copa do Brasil.
O irreverente Túlio no Goiás |
E quando usamos “elite” não é só maneira de dizer. No segundo ano de seu retorno à divisão principal, o Goiás se tornou a primeira (e por enquanto única) equipe goiana a chegar à semifinal do Brasileiro. Com um ataque imparável formado por Alex Dias (que depois se transferiria para a França),
Lúcio (esq) marcou época |
Desde então, a condição de um dos melhores clubes do Brasil – e um dos que mais revelam artilheiros - não se alterou mais. Primeiro foi a quebra de recorde conseguida por Dimba em 2003. Graças à ajuda valiosa de Danilo, Grafite e Araújo, o camisa 9 marcou 31 gols naquela temporada e bateu a marca de maior número de gols numa edição do Brasileirão, que era de Edmundo (e que seria quebrada novamente por Washington, do Atlético-PR, em 2004).
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