terça-feira, 25 de novembro de 2008

Goiás

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Fundação: 6 de abril de 1943 Goiânia-GO Estádio: Serra Dourada Capacidade: 50.049 pessoas Presidente: Pedro Ferreira Goulart Site oficial: www.goiasec.com.br


Goiás Esporte Clube


Reza a lenda, com a liberdade poética a que toda boa lenda tem direito, que em meados de 1943 os irmãos Lino e Carlos Barsi foram educadamente expulsos de casa por sua mãe. Afinal, eram os dois e mais 10 amigos discutindo acaloradamente sobre um tal clube que ainda nem existia. Ainda não existia.

Devidamente enxotados, na rua, sob a luz de um poste, o grupo tomou de vez a decisão e, em 6 de abril daquele ano, nasceu o Goiás Esporte Clube. Nasceu pequeno e amador – tão amador que, para jogar a primeira partida de sua história, contra o Atlético Goianiense, utilizou camisas (verdes com listas horizontais brancas) doadas pelo América-MG. Só que os mineiros só puderam dar nove camisas e foi preciso completar com duas inteiras brancas.

Por longos 20 e tantos anos, o clube que nasceu pequeno assim permaneceu. Durante as décadas de 50 e 60, o Goiás foi chamado jocosamente pelos rivais de “Clube dos 33” – brincadeira de que era esse o número de torcedores que o clube tinha. Nas partidas, para cada camisa verde que entrava no estádio, a torcida rival entoava “Trinta e dois, trinta e dois!”, como se só faltasse mais um para completar o arsenal completo. Pior do que a fama de impopular era de perdedor: foram anos duros, em que o único brilho vinha de Tão Segurado, o atacante que vestiu a camisa esmeraldina entre 1954 e 61 e foi o primeiro jogador do time a ser artilheiro do Campeonato Goiano, em 56.

O primeiro argumento claro e indiscutível para acabar com aquela fama – um título – veio em 1966. Comandado pelo zagueiro Macalé, os torcedores do Goiás finalmente podiam rebater qualquer picuinha com uma frase simples: “sou campeão goiano”. E era bom ir se acostumando, porque dali a pouco passou a ser rotina ano sim, outro também.

Os anos 70 foram da consolidação definitiva da equipe como a maior do Estado e da região Centro-Oeste: os esmeraldinos conquistaram 4 títulos estaduais e participaram, em 73, de seu primeiro Campeonato Brasileiro. A 13ª colocação foi aceitável, mas destacada mesmo foi uma partida específica, uma das maiores da história do clube: no Pacaembu, diante do Santos, o Goiás perdia por 4 x 1 e a vitória já parecia coisa assegurada, tanto que Pelé foi substituído. Nos últimos 15 minutos, Lucinho, Matinha e principalmente Paghetti – que marcou três gols – brilharam e arrancaram um glorioso empate por 4 x 4. Quando os santistas desceram para o vestiário com cabeça baixa, Pelé, já de banho tomado, achou que era brincadeira.


Gazeta Press
Equipe do alvi-verde goiano na década de 80, com Luvanor e Zé Teodoro

Durante os anos 80, o Goiás já era o dono do Estado que leva o nome e uma presença constante no Brasileiro – muitas vezes tendo um papel de destaque como em 1983. A equipe que tinha Zé Teodoro na lateral-direita, Dadá Maravilha na frente e era liderada por Luvanor terminou em 5º lugar. Depois da participação destacada, o meia se transferiu para o Catania (ITA) e voltou em 1990, a tempo de comandar outra campanha ilustre, a do vice-campeonato da Copa do Brasil.


Gazeta Press
O irreverente Túlio no Goiás
Foi por essa época que começou outra tradição: a de ser o lar de grandes artilheiros do Campeonato Brasileiro. Na edição de 1989, surgiu para o País um centroavante que passaria a ser referência de oportunismo e marketing pessoal durante as duas décadas seguintes: Túlio (que na época ainda era “Maravilha”). Ele foi o maior goleador daquele torneio, repetiu o feito no Campeonato Goiano de 1991 e chamou a atenção do Sion (SUI) - a primeira das muitíssimas andanças do artilheiro. Seu substituto, no ano seguinte, foi Baltazar. O “Artilheiro de Deus” – que começou sua carreira no Atlético Goianiense - se destacou na conquista do Goiano de 1994, quando marcou 25 gols, e no vice-campeonato da Série B do Brasileirão, que levou o clube de volta à elite.

E quando usamos “elite” não é só maneira de dizer. No segundo ano de seu retorno à divisão principal, o Goiás se tornou a primeira (e por enquanto única) equipe goiana a chegar à semifinal do Brasileiro. Com um ataque imparável formado por Alex Dias (que depois se transferiria para a França),


Gazeta Press
Lúcio (esq) marcou época
Lúcio e Dill, em 96 os goianos só foram barrados pelo Grêmio, que se sagraria campeão. Alguns dos principais nomes daquela equipe acabaram negociados, o que resultou em duas campanhas fracas: 19º lugar em 97 e o 22º em 98, quando o clube voltou à Série B. Mas foi por pouco tempo: uma nova geração já se formava, com nomes como o atacante Fernandão. O Goiás foi campeão da segunda divisão em 1999 e voltou à Série A pela porta da frente. Numa temporada do ano 2000 inspiradíssima, o atacante Dill foi artilheiro do Goiano com 29 gols e também do Brasileirão, em que marcou 20 gols na campanha da equipe rumo à 10ª posição.

Desde então, a condição de um dos melhores clubes do Brasil – e um dos que mais revelam artilheiros - não se alterou mais. Primeiro foi a quebra de recorde conseguida por Dimba em 2003. Graças à ajuda valiosa de Danilo, Grafite e Araújo, o camisa 9 marcou 31 gols naquela temporada e bateu a marca de maior número de gols numa edição do Brasileirão, que era de Edmundo (e que seria quebrada novamente por Washington, do Atlético-PR, em 2004).



Apesar da saída de tantos jogadores, o núcleo foi refeito e, com nomes como Paulo Baier, Rodrigo Tabata, Jadílson e Souza, os esmeraldinos comandados por Geninho terminaram o Brasileiro de 2005 em 3º lugar e conquistaram uma vaga inédita na Libertadores da América. E não só a vaga: o time passou pela primeira fase como líder e caiu nas oitavas-de-final, por causa do critério do gol fora de casa, contra o Estudiantes de La Plata (ARG). Mais um ano, mais um camisa 9 do Goiás na artilharia: em 2006, quando o clube completou a quarta temporada seguida entre os 10 primeiros do Brasil, Souza liderou a tabela com 17 gols. Coisa que já não surpreendia mais ninguém. Coisa de time grande.

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